HORTUS DELINEATUS SP

ou os vários tempos de um lugar só

 

Renato Hofer

 

 

Acontece no dia 11 de Agosto de 2013 a abertura da exposição hortus delineatus sp, reunindo vinte artistas que apresentarão pinturas, gravuras e esculturas no

Museu Florestal Octávio Vecchi, importante edifício histórico situado em meio à paisagem exuberante do Horto Florestal, na Zona Norte da cidade de São Paulo.

 

O projeto foi desenvolvido pelos arquitetos Julia Krantz, Lívia Gabbai, Paula Gabbai, Renato Hofer, pela psicanalista Vera Montagna e pela antropóloga Ana Maria de Niemeyer. Ele é fruto de um longo processo de pesquisa sobre exposições de gravuras, realizado no atelier de gravura do Sesc Pompéia sob a orientação do artista gravador Evandro Carlos Jardim, que também participará da exposição.

 

A exposição é parte de um processo de revitalização do Museu proposto pelos organizadores, que contempla a reconformação do acervo, proposta de iluminação e programação visual, além da exibição das obras dos artistas, que integrarão o espaço expositivo e o mobiliário de época abrigados na instituição.

 

Linha do Tempo

 

A palavra horto tem origem no latim e significa jardim, isto é, um pedaço da natureza delimitado e domesticado pelo homem para o seu uso e prazer.

 

A representação da natureza é um dos arquétipos da história da arte: das primeiras pinturas rupestres, passando pelo hortus conclusus medieval, às manifestações artísticas mais atuais, o homem sempre buscou entender e se relacionar com o mundo que o cerca através de sua re-apresentação.

 

Um dos princípios que orientou a criação desta exposição foi estabelecer uma linha de continuidade entre as atividades realizadas na concepção do Museu do Horto e a produção contemporânea. O Museu abrigou um importante centro de pesquisa e produção de xilogravura orientada por Adolf Kohler,(1882-1950)- “mestre xilógrafo alemão que se radicou no Brasil desde 1927, em São Paulo. Aqui, a partir de 1940 foi contratado como professor da então recém criada Escola de Xilografia do Horto Florestal onde lecionou até sua morte”.(*) O Museu conta também com obras murais de Antonio Paim Vieira e Hélios Seelinger, além de uma preciosa coleção de móveis e madeiras esculpidas que compõem uma das maiores xilotecas da América do Sul. .

 

Esses elementos foram reorganizados para se relacionarem com obras de artistas de diversas gerações, que buscam o constante aprofundamento de linguagens de suas manifestações plásticas.

 

A exposição hortus delineatus sp convida seus visitantes a vagar atentamente nesse jardim desenhado, através desse conjunto de gravuras, pinturas, aquarelas, móveis e esculturas que conectam passado e presente, e que talvez nos indiquem possibilidades de um devir.

 

Aos sábados, o museu abrirá especialmente para visitas guiadas realizadas pelos próprios artistas, estreitando a relação com o público visitante.

 

A mostra permanece aberta para visitação até o dia 29 de setembro.

 

 

(*) trecho do Catálogo da exposição Adolf Kohler e a Escola de Xilografia do Horto Florestal. realizada no Museu Lasar Segall em 1986 , em colaboração com a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Apresentação de Marcelo Mattos Araújo, Museólogo Chefe do Departamento de Museologia.